Quem já sonhou em frequentar a prestigiada
Universidade de Yale,
nos Estados Unidos, tem agora uma chance de acesso sem ter de pagar os inerentes custos de mais de US$ 30 mil anuais.
A universidade começou a oferecer na Internet alguns de seus cursos, com acesso livre.
Mas, é claro, não dará o diploma...
A este propósito gostaria de invocar um outro precedente, quando a Web transformou o prestigiado professor Shelly Kagan,do MIT em guru mundial.
Os alunos virtuais do MIT puderam ver o professor Shelly Kagan,aos 71 anos de idade, sentado sobre a mesa, divagando sobre o conceito da morte...
No mesmo registo virtual e on-line os mesmos "ciberalunos" (ou outros...) puderam ouvir o seu colega professor Charles Bailyn mergulhado na controvérsia sobre se Plutão é ou não um planeta.
Foram dois dos sete cursos colocados na web pela Universidade, na fase inicial da sua intervenção on-line que abriu uma janela para o pensamento acadêmico de primeiro nível, mesmo que o aluno estivesse a milhares de quilômetros de New Havens, a cidade em Connecticut marcada pelos edifício neogóticos de Yale.
"Cremos que instituições como Yale devem compartilhar seus recursos com o resto do mundo e ao fazê-lo contribuímos com a democratização do conhecimento", disse Diana Kleiner, diretora do projeto.
A iniciativa é parte de um movimento ao qual se somaram até agora cerca de 160 universidades de todo o mundo, as quais decidiram abrir a porta de suas aulas a qualquer um com conexão à Internet e com desejo de aprender.
A maioria delas está agrupada no chamado
OpenCourseWare Consortium,
que oferece, igualmente, conteúdos de universidades espanholas e latino-americanas.
Alguns centros, entretanto,limitam-se a divulgar os temas dos cursos e algumas lições, o que fica longe da riqueza de materiais que certas instituições norte-americanas oferecem.
Mesmo assim, a tendência é para cada vez mais instituições se somarem ao projeto, acredita Steve Carson, diretor de comunicações do
OpenCourseWare
no Instituto de Tecnologia de Massachisetts,
o famoso MIT.
"Estamos a criar uma reserva mundial de conhecimento a partir de distintos pontos de vista culturais e com base em sistemas educativos diferentes", disse Steve Carson.
MIT: a primeira experiência
O MIT foi o pioneiro ao oferecer, desde 2002, em seu site, parte do conteúdo de suas aulas.
A sua rede apresenta na WEB os seus 1,8 mil cursos, incluindo Neurobiologia genética, Tiro ao alvo e Filosofia da mecânica quântica.
Em vez de volume, como o MIT, a Yale se concentrou em oferecer um pequeno número de aulas, mas com gravações em vídeo de alta qualidade e áudio em MP3, transcrições, problemas e testes com suas soluções.
Os cursos pela Internet não são uma novidade.
Há pelo menos uma década universidades de todo o mundo oferecem aulas virtuais, que incluem fóruns de debates entre alunos e professores.
Mas instituições como Yale deram um passo à frente e abriram as suas aulas grátis ao mundo, graças ao apoio de fundações, doações e algumas injeções de dinheiro próprio.
Estas iniciativas não reduziram o interesse em assistir pessoalmente às aulas, mas, pelo contrário, fizeram crescer a sede de conhecimento. Inclusive, os cursos divulgados atraíram professores de outras instituições, interessados nos métodos de ensino.
Entretanto, os cursos abertos não são o mesmo que freqüentar as aulas.
Não há interação com o professor, ainda que Yale pense em criar fóruns de debate.
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